Ponto I.
Quando eu tinha 9 anos uma prima minha que fazia patinagem artística arranjou-nos umas amostras de licras com os quais eram feitos os fatos (pelo menos é assim que tenho na cabeça) e com um pedaço escuro e com brilho prateado eu fiz o meu primeiro vestido para a Barbie. Era comprido, tinha um decote e amarrava no pescoço. Cosi uma molinha para apertar atrás e achava aquilo um espetáculo. O único problema era que a Barbie não se podia virar de costas porque o rabo estava à mostra 🙂 Não havia tecido suficiente. Acho que esta foi a primeira vez que fiz alguma coisa com as minhas próprias mãos.
Depois não tenho bem memória, mas acho que aprendi a fazer esmirna ainda antes de ter de fazer um tapete na escola, já aprendi tricot, crochet, meio ponto, em adulta já fiz vários workshops, aprendo coisas através do Youtube, também sempre vi os meus pais a fazerem tudo em casa, a minha mãe a coser, a fazer camisolas e, por isso, faz-me quase sempre sentido e dá-me prazer meter mãos à obra.
Ponto II.
Enquanto ando a arrumar a casa, ou a preparar o jantar gosto muito de ouvir podcasts. Ouço mais coisas em inglês e ultimamente ouço particularmente podcasts de duas mulheres que nada têm a ver uma com a outra, uma é americana e outra australiana, mas que têm conteúdos semelhantes. São mulheres entre os 30 e 35 anos e que estão muito em contacto com o seu eu… com quem são realmente, o que as faz felizes, que propósito têm nesta vida. Às vezes falam de coisas demasiado esotéricas para mim, mas falam também de manifestação. Manifestar aquilo que queremos alcançar. Acho que o livro “O Segredo” que a Oprah pôs nas bocas do mundo há uns 15 ou 20 anos atrás também deve falar sobre isso. Pensarmos e dizermos em voz alta aquilo que queremos atingir, onde queremos chegar.
Ponto III = Ponto I + Ponto II
Eu sou formada em Economia e deixei de trabalhar há pouco tempo no setor financeiro. Com os meus 14 anos eu pensei “quero trabalhar na Bolsa”. Nem sabia bem o que isso era, só o que via em filmes, o compra e vende que deixava pessoas milionárias. E era isso que eu fazia. Trabalhava no Mercado de Capitais, tal e qual como desejei em miúda e tive a sorte de passar por várias funções.
Agora já não é isso que quero. Agora quero viver do trabalho das minhas mãos.
Quero ter uma loja. Linda! Onde eu tanto venda objetos de decoração, móveis restaurados ou comprados em viagens, como sirva um chá de camomila com mel e um bolinho caseiro e no final o cliente possa levar flores para embelezar a sua casa. Uma loja que pareça um lar e onde possa ter os meus filhos comigo. Que tenha um espaço exterior onde se possa sentir o calor do sol, enquanto se disfruta de um livro. Uma loja que vai ter decoração diferente de acordo com a estação e que na altura do Natal se vai encher de luzinhas que todos vão querer ver. Um sítio que me vai dar muito trabalho, cansar-me, exigir de mim, mas pelo qual todos os dias vou dar graças.
E vocês, o que querem para amanhã?
Que alcance tudo com o que sonhou e que no fim tudo faça sentido. Beijinho ?
Só agora é que descobri os comentários que estavam por publicar 🙂 Obrigada pela mensagem. Beijinhos