Estamos neste momento num confinamento em que parece que ninguém efetivamente confina e, com os números de doentes e mortes covid a subir acima de qualquer expectativa, amanhã em princípio as escolas irão encerrar. Passei os últimos dois dias a ver tv e a atualizar-me sobre todos os pormenores da evolução da doença. Deixem-me que vos diga que a minha cabeça não ficou nada saudável. Assustados, eu e o meu marido decidimos já hoje não mandar os miúdos para a escola.
Neste momento gostava que a Maléfica, a bruxa da Bela Adormecida fosse real e nos pusesse a todos a dormir, como no filme. Ninguém se mexia, ninguém dava pelo tempo passar e a doença simplesmente desaparecia, porque não tinha para onde ir. Além disso, não precisávamos de voltar a ser professores, cozinheiros, faxineiros 24 horas por dia. Já não é a primeira vez que vivemos isto, mas eu acho que ninguém esperava voltar a vivê-lo. Eu certamente não esperava.
Em março e abril do ano passado fartei-me de fazer pão e bolos, engordei para um nível que nunca antes tinha alcançado e este ano já estou a ir pelo mesmo caminho. Estar o dia todo em casa dá-me fome, muita fome. Começo a pensar como seria bom comer um bolo acabadinho de sair do forno, ou um pãozinho torrado com manteiga, umas bolachinhas de chocolate… estão a perceber não é?
Queria mesmo ir por outro caminho desta vez. Queria mesmo conseguir comer pouco e bem e tentar mexer minimamente este rabo, dentro de casa entenda-se. Vou tentar. Tentar acordar de manhã e meditar, beber muita água ao longo do dia, ter sempre fruta em casa. Ainda assim preciso sempre de sentir um compromisso. Imaginar que vou ser capa de revista como a Helena Coelho ?